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Severino quer ser a zebra
das eleições na Câmara.

Brasília – Se ele vai ter sucesso, é um mistério. Mas o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) está usando o vocabulário que agrada a maioria dos parlamentares da Câmara Federal que não brilham nos holofotes da mídia nacional e que desejam mesmo é reforçar os seus rendimentos. Cavalcanti é considerado o rei do baixo clero, o interlocutor daqueles deputados sem grande expressão e que não têm outra saída a não ser engrossar blocos formados por líderes renomados, os astros de Brasília.

Ele tem uma grande confiança. Mas nem só de autoconfiança se mantém o discurso de Severino. O deputado promete acabar com a hegemonia das propostas do Executivo na Câmara, descentralizar o poder hoje concentrado no Colégio de Líderes e dar uma melhorada na vida financeira dos parlamentares. "A maioria dos deputados vive em dificuldade. Há parlamentares que não precisam dos subsídios da Câmara ou porque nasceram ricos ou porque são ligados a sindicatos", diz.

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No ano passado, Severino foi um dos articuladores da proposta de se estender a deputados e senadores o reajuste que seria concedido aos funcionários do Legislativo. A idéia acabou não vingando. Como integrante da mesa-diretora, aprovou em dezembro, juntamente com os demais membros, o aumento de R$ 12 mil para R$ 15 mil da verba indenizatória (paga mediante comprovação de gastos) a que cada deputado tem direito para custear despesas no estado de origem.

O deputado também apóia a equiparação salarial entre parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), medida que pode elevar o vencimento básico de R$ 12,8 mil para R$ 21 mil (sem contar os demais benefícios). A proposta, que precisa ser aprovada pelo Congresso, também é defendida pelo candidato oficial do PT. "Vai melhorar a qualidade do trabalho, porque o sujeito não vai viver perturbado com as angústias do dia-a-dia. Com bom salário, o deputado não vai depender do Palácio em nada", garante Severino. Ele quer entrar para a história como o primeiro presidente da Câmara a se eleger sem o apoio do Palácio do Planalto.

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