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Valter Campanato / ABr

José Agripino, Efraim Morais e Bornhausen, na reunião do PFL.

Brasília – O PFL decidiu no início da tarde de ontem cancelar o registro do deputado federal João Batista Ramos (SP) no partido. A Executiva Nacional do PFL fez reunião para analisar a situação do parlamentar, responsável por sete malas de dinheiro apreendidas na segunda-feira no aeroporto de Brasília. De acordo com o líder da Minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), o fato é grave e por isso João Batista foi afastado do partido.

"Espero que hoje seja tomada uma decisão definitiva porque o partido não pode ser maculado por ações individuais de quem quer que seja", disse Aleluia, antes da reunião. A Polícia Federal está investigando a origem do dinheiro, apreendido num avião da Igreja Universal do Reino de Deus, e se houve ilegalidade no transporte dos recursos. Agentes ressaltam que a Lei 9613/98, que trata de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, diz que mesmo entidades isentas de impostos, como é o caso da Universal, não podem ocultar transações financeiras.

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O corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), pretende convocar João Batista Ramos para depor na comissão de sindicância que apura o suposto pagamento de mensalão. A convocação será feita no início de agosto, quando a comissão retomará seus trabalhos. Ciro Nogueira considerou lamentável o fato de o deputado ter sido detido com sete malas de dinheiro. O pedido de convocação do deputado foi feito pelo líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ).

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, que acompanhava o corregedor, disse que, se o ato feriu o decoro parlamentar, a Câmara tem que tomar providências. "É muita mala de dinheiro e muito dinheiro. Não é só muita mala, é muito dinheiro. Se tiver algo que quebra o decoro, serão tomadas as devidas providências", disse Severino.

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Dentro das malas foi encontrado um papel com o nome de Belém, capital do Pará, que poderia ser o destino ou a origem do dinheiro. Até o momento o que se sabe é que o avião seguia de Brasília para Goiânia. Segundo o deputado e a Universal, o dinheiro, cerca de R$ 10 milhões, é proveniente de dízimos pagos pelos fiéis. Além de Aleluia, a reunião contou com a cúpula do PFL, como os senadores Antônio Carlos Magalhães, José Agripino Maia, Efraim Morais e Jorge Bornhausen (presidente nacional do PFL), além de líderes do partido no Senado e na Câmara.

O delegado da Polícia Federal David Campos afirmou anteontem que não tem elementos suficientes para fazer a prisão do deputado e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, João Batista (PFL-SP), detido para prestar depoimento sobre sete malas de dinheiro que estavam transportando de Brasília para Goiânia.