Deputado Berzoini critica a gestão do PT

Arquivo / O Estado

Ricardo Berzoini: descontrole de
despesas e excesso de estrutras.

São Paulo – O secretário-geral do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), avaliou ontem, em São Paulo, que a gestão anterior do partido foi marcada por falta de planejamento, descontrole de despesas e excesso de estruturas, que deram origem às elevadas dívidas registradas, atualmente, pela legenda. Berzoini, que integra o grupo responsável pela análise das finanças da sigla, ressaltou que a agremiação precisa muito mais de militância do que estrutura física e precisa adotar uma postura mais transparente na administração.

O PT suspendeu pagamentos de débitos com cerca de dez credores, a maioria responsável pelo financiamento de verbas de campanha. A dívida declarada do diretório nacional do partido supera hoje os R$ 20 milhões, sem contar a soma dos débitos estaduais. "Houve falta de planejamento, houve algum grau de descontrole de despesas para um partido que precisa muito mais de militância do que de estrutura física", argumentou.

De acordo com ele, a legenda está diante da possibilidade de reduzir boa parte dos gastos e simplificar o gerenciamento. Entre os exemplos de excesso que foram cometidos pela administração passada, Berzoini citou despesas com sedes, equipamentos e eventos. Ao explicar a suspensão dos pagamentos, o secretário-geral do PT afirmou que a sigla não possui dinheiro em caixa e deverá, provavelmente, buscar uma renegociação dos débitos com os credores.

"Os pagamentos estão suspensos, até porque não há dinheiro. Assim, portanto, não há como pagar", disse. "O que nós estamos fazendo é tomar medidas para evitar que o descontrole que houve se perpetue para o futuro. Por exemplo, todo o processo de contratos, tanto de locação de sedes, quanto de fornecedores de serviços, tudo isso vai ser revisto. Se houver necessidade, e provavelmente há, isso será renegociado para que nós possamos ter uma gestão de fato adequada às finanças do partido", acrescentou.

Berzoini voltou a destacar a importância que a sigla tem no Câmara dos Deputados e no Senado, além da disposição de filiados em contribuir para a administração da agremiação. "Não há razão nenhuma para que o partido seja deficitário", afirmou. O PT iniciou nesta semana as atividades para uma análise de toda a estrutura financeira. 

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