Polêmica

Deputada defende direito de não contratar gay

Um vídeo em que a atriz e deputada estadual Myrian Rios (PDT) defende, em discurso no plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o direito de não contratar um homossexual, causou polêmica hoje na internet.

Na gravação, da última terça-feira, Myrian, que se define como “missionária católica”, pede aos colegas parlamentares que votem contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 23/2007, que inclui a orientação sexual entre as características pelas quais um cidadão não pode ser discriminado, segundo a Constituição do Estado.

O assunto chegou a ser um dos cinco mais comentados do mundo no microblog Twitter, no começo da noite. Ao começar o discurso, Myrian disse que queria deixar bem claro que não é preconceituosa e não discrimina; que prega o amor e respeito ao próximo e, da mesma forma que faz isso, quer também ser respeitada por suas decisões. “Ora, se somos todos iguais, com os mesmos direitos, também tenho que ter o direito de não querer um funcionário homossexual na minha empresa”, disse.

E continuou: “Digamos que eu tenha duas meninas em casa, seja mãe delas, e contrate uma babá, e ela mostra que sua orientação sexual é ser lésbica. (Mas,) se a minha orientação for contrária, e quiser demiti-la, não posso. Vou ter de manter a babá na minha casa, cuidando das minhas meninas e sabe Deus se ela não vai cometer pedofilia com elas”.

A deputada citou outro exemplo. “O rapaz escolheu ser homossexual, travesti, aí contrato ele para ser motorista da minha casa e tenho dois meninos. Ele começa, então, a vir trabalhar vestido de mulher. Aí eu, como mãe dos dois, digo: ‘Opa, não é essa a minha orientação sexual aqui em casa. Aqui eu gostaria que meus filhos crescessem pensando em namorar uma menina, para perpetuar a espécie, como está em Gênesis”.

“No momento em que eu descobrir que o motorista é homossexual e poderia estar, de uma maneira ou de outra, tentando bolinar meu filho, não vou poder demiti-lo. A PEC 23 não me permite”, afirmou. “Se essa PEC passa e o rapaz tem uma orientação sexual `pedófilo’, e a orientação dele é ter relacionamento sexual com um menino de 3 a 4 anos, não vamos poder fazer nada porque ele estará protegido”, disse.

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