A denúncia contra Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá pode deixar de fora a questão do sangue encontrado no carro do casal. O casal foi indiciado pelo assassinato de Isabella Nardoni, de 5 anos, atirada do 6º andar em 29 de março, em São Paulo. Como o crime investigado é um homicídio, o documento deve se ater à esganadura e à queda, comprovados no laudo necroscópico, descrevendo quem fez o quê – o motivo, se não estiver comprovado também não precisa constar.

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Como não houve consenso absoluto entre os peritos do Instituto de Criminalística (IC) se o sangue do carro é de Isabella, pode não valer a pena usar esse fato na acusação. As afirmações feitas pelo promotor Francisco Cembranelli na denúncia serão a base de todo o processo criminal, que começa quando a Justiça aceita a acusação feita por ele. É contra os argumentos de Cembranelli que a defesa do casal montará sua estratégia. Dessa forma, quanto mais resumida e genérica for a denúncia, melhor para a acusação. O que fica de fora dela, pode virar um grande trunfo no plenário na medida em que ganha força com a retórica do promotor.

Na terça-feira (6), Cembranelli deve anunciar se endossará ou não o pedido de prisão preventiva feito pela polícia contra o casal e os termos da denúncia.

A defesa do casal está na expectativa da denúncia para definir sua estratégia. Os advogados, que ainda não tiveram acesso ao relatório final do inquérito, pretendem ir 9º Distrito Policial (DP) na segunda-feira (5) para pegar as cópias dos documentos que ainda não têm. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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