A situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), começou a ficar ainda mais complicada com as denúncias de que os recibos entregues pelo senador, ao Conselho de Ética, para esclarecer o pagamento da pensão à filha de três anos que teve com a jornalista Mônica Veloso, seriam irregulares segundo reportagem apresentada pelo "Jornal Nacional" desta quinta-feira (14).
Renan usou a venda de gado como justificativa para comprovar um ganho de R$ 1,9 milhão nos últimos quatro anos. O "Jornal Nacional" mostrou que as transações teriam sido feitas com empresas já fechadas (que encerraram atividades) e as notas apresentadas seriam "frias". Pior, entrevistou algumas das pessoas que teriam negociado com o senador e elas negaram a compra de gado. O próprio gerente da fazenda de Renan, em Alagoas, afirmou que o número de cabeças é bem menor do que o indicado pelo senador à Comissão de Ética – 1100 cabeças, e não 1700.
O senador responde a processo no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. É acusado de ter despesas pessoais pagas por Cláudio Gontijo, lobista da empreiteira Mendes Júnior. Os cerca de R$ 12 mil mensais seriam usados no pagamento da pensão da filha e do aluguel do apartamento onde a jornalista morava com a criança. Renan nega as acusações e diz ter pago com recursos próprios.