Dirigentes do DEM e do PSDB procuram uma saída para impedir que o processo contra o presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), no Conselho de Ética, continue sem relator. Ontem à noite, fracassou um acordo que estava sendo negociado entre os partidos para a escolha de três relatores para o caso – os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO), Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima (PMDB-SE).
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), disse que os governistas rejeitam a indicação do senador Demóstenes para a relatoria por ser ele contrário a Calheiros. Senadores do PSDB e do DEM, por sua vez, não aceitam que os peemedebistas Almeida Lima e Gilvan Borges (AP) façam parte da relatoria. "Relatoria é um conjunto", alegou o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). "Com esse pessoal, não tem a menor possibilidade." O acordo deveria ser formalizado na tarde desta quarta-feira (4).
Para o líder do DEM, senador José Agripino (RN), a base aliada ao governo não indicou até agora nenhum nome "com viabilidade". "Eles nos solicitaram um nome que não esteja comprometido (com o encaminhamento do processo), mas não fazem o mesmo", afirmou. Os líderes da oposição anteciparam que, se o PMDB insistir nos nomes de Almeida Lima ou Gilvan, desistirão da idéia de compor uma relatoria tripla. Eles entendem que, neste caso, o senador designado pelo PMDB deve se encarregar sozinho da relatoria do processo contra Renan Calheiros.
