O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares voltou a isentar a direção nacional do partido de responsabilidade por dois empréstimos tomados nos bancos BMG e Rural, avalizados pelo empresário Marcos Valério, apontado como peça-chave do esquema do mensalão. Em depoimento à Justiça Federal em São Paulo, no processo aberto contra 40 envolvidos no caso, Delúbio disse que o comando petista tinha ciência da existência de um rombo nas contas partidárias e o incumbiu de buscar uma solução.
Porém, ele insistiu que tomou sozinho a iniciativa de pedir ajuda a Valério e disse ter ocultado a estratégia de lideranças como o então presidente do PT, José Genoino. E negou que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o presidente Lula soubessem do plano.
No depoimento, prestado na 2ª Vara Criminal Federal, na capital paulista, Delúbio voltou a afirmar que os empréstimos do BMG e do Rural – de R$ 2,4 milhões e R$ 3 milhões, respectivamente -, tinham por objetivo cobrir gastos com a presença de petistas na festa da posse do primeiro mandato de Lula e a participação de membros da sigla na transição de governo.