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Foto: Arquivo/O Estado

Delfim: influente.

 Em mais uma tentativa de desgastar politicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e realçar a diferença com o candidato tucano ao Planalto, Geraldo Alckmin, a cúpula do PSDB já escolheu um novo alvo: explorar a proximidade do petista com o deputado Delfim Netto (PMDB-SP), que não foi reeleito. Cotado para ocupar um cargo importante em um eventual segundo mandato de Lula, o ex-ministro da Fazenda do regime militar vem atuando como conselheiro informal do presidente para assuntos econômicos e participa de reuniões de Lula com o comando do PMDB, no Palácio da Alvorada.

Mesmo que não venha a assumir um ministério, Delfim Netto terá força para influir na escolha de nomes dos peemedebistas para um eventual governo Lula. A decisão do PSDB de ?colar? Delfim ao presidente, que no regime militar vivia em confronto com sindicalistas liderados pelo então metalúrgico Lula, foi decidida em reunião realizada antes do comício no Anhangabaú, na noite de ontem.

Além de mostrar o ?novo companheiro? de Lula, o PSDB já sinaliza com um perfil de centro-esquerda, que o partido deseja assumir depois das eleições, independentemente do resultado das urnas. Segundo um parlamentar tucano, enquanto Lula recorre a Delfim Netto, um adversário histórico da esquerda, o PSDB tenta se diferenciar. Inclusive poderá se distanciar do PFL, considerado um partido de direita.

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Para políticos do PSDB, atacar Delfim Neto é uma forma também de atacar Lula. Antes do último comício da campanha, dirigentes do partido lembraram a existência de uma ata do Conselho de Segurança Nacional, na qual o ex-presidente Costa e Silva dizia que não queria cassar o mandato do então deputado federal Mario Covas. Mas Delfim interveio e ainda chamou Covas de comunista.