Foto: Agência Brasil |
Waldomiro Diniz: corrupção passiva e formação de quadrilha. |
Dois anos e três meses depois de ser exonerado do governo federal por acusação de ter pedido propina ao empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência, Waldomiro Diniz, terá a sua prisão preventiva solicitada pela Delegacia de Combate às Ações do Crime Organizado (Draco), do Rio.
No governo, Waldomiro foi um dos principais assessores do então ministro da Casa Civil e hoje deputado cassado José Dirceu (PT-SP). Waldomiro, que já tinha sido acusado formalmente por corrupção passiva, agora será indiciado por formação de quadrilha, enriquecimento ilícito e falsidade ideológica, entre outros crimes. O relatório final do inquérito 008/2004 será encaminhado terça-feira pelo delegado Milton Olivier para a 23.ª Promotoria de Investigação Criminal do Ministério Público Estadual.
No inquérito, Cachoeira, já indiciado por corrupção ativa, será acusado pelos crimes de formação de quadrilha e falsidade ideológica. Além dos dois, outras oito pessoas serão indiciadas, incluindo o ex-deputado e ex-bispo da Igreja Universal Carlos Rodrigues, que está preso em Cuiabá (MT), acusado de desviar dinheiro público destinado à compra de ambulâncias. Cachoeira e Rodrigues também terão a prisão preventiva requerida.
A polícia apurou a gestão de Waldomiro na presidência da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj). Ele será acusado de beneficiar o empresário de jogos manipulando concorrências para que a empresa Combralog, de Carlinhos Cachoeira, ganhasse a licitação para explorar jogos eletrônicos on line no estado.
Usando também o que foi apurado pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembléia Legislativa do Rio, o relatório a ser encaminhado ao promotor Homero das Neves Freitas Filho concluirá que Diniz usou de sua influência com o presidente da Associação de Bingos do estado, José Renato Granado Ferreira, para que Cachoeira fornecesse as máquinas de jogos eletrônicos aos Bingos
No entendimento do delegado, o empresário goiano – que para a polícia é, antes de tudo, um contraventor do jogo do bicho – conseguiu colocar suas máquinas eletrônicas de jogos no Rio de Janeiro com a ajuda de Diniz. Este, será acusado ainda de, como presidente da Loterj, ter autorizado o funcionamento de Bingos irregulares no Rio. Por conta destes "favores" é que Diniz, na análise da polícia, teria conseguido enriquecer ilicitamente, o que lhe permitiu, inclusive, adquirir uma residência em Brasília por R$ 290 mil pagos à vista.