Uma denúncia anônima levou a Corregedoria da Polícia Civil a prender ontem mais um delegado de 2º classe (terceiro nível mais alto da carreira policial) em flagrante. Desta vez, os corregedores detiveram o titular do 5º Distrito Policial (DP) de São José dos Campos, Osmar Henrique de Oliveira, sob a acusação de porte ilegal de arma. Segundo a corporação, o policial mantinha um arsenal em sua sala na delegacia, do qual faria parte até mesmo uma pistola com silenciador.
A denúncia chegou aos corregedores ontem cedo. Foi uma consequência da prisão no dia anterior, do investigador Osmar Sebastião Rocha dos Santos, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), de São José. O informante disse que ia denunciar o delegado, pois passara a acreditar na seriedade do trabalho dos corregedores depois da prisão do investigador. Santos foi preso na quarta-feira sob a acusação de tráfico de drogas e associação para o tráfico na Operação Crime S.A., montada pelos promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
Na sala do delegado, além de uma pistola com numeração raspada foram encontrados um fuzil, uma espingarda, um revólver Magnum 357, duas pistolas da marca Glock, cuja posse é permitida, uma carabina e uma sacola com munição de fuzil e para pistolas.
O delegado acusado tentou justificar a posse de cada umas das armas encontrados no sofá de sua sala na delegacia. Ele disse que mantinha o fuzil por meio de depósito judicial. Ou seja, depois de ser apreendida, a arma lhe foi entregue com a autorização de um juiz. Já o revólver calibre 357 Magnum era procedente do fato de o delegado ser ex-militar. Ele teria comprado a arma da fábrica da Rossi quando deu baixa da corporação.