O caso envolvendo a jovem, estuprada pelo avô aos 16 anos, segue indefinido. Após ter sido condenado em março a 18 anos e 8 meses de prisão pelo Tribunal de São Paulo, o delegado aposentado de Itu Moacir Rodrigues de Mendonça continua em liberdade. Na semana passada, a Justiça determinou sua prisão imediata, mas Mendonça segue solto.

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O pedido está nas mãos agora do juiz Eduardo Luiz de Abreu Costa, do Fórum de Olímpia, o mesmo que gerou polêmica no ano passado ao absolver o avô da jovem mesmo reconhecendo que houve ato sexual e ainda sugerir que houve consentimento da vítima.

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“Tenho medo de ele não ser preso, de acontecer alguma coisa. De ele fazer maldade com alguém ou de fugir nesse meio tempo”, desabafou a jovem, hoje com 19 anos. “Desde que saiu o mandado de prisão, eu estou em outra cidade, na casa de uma amiga. É horrível sair meio fugida sendo que não sou eu a criminosa. Temer pela minha segurança, pela segurança da minha mãe e da minha irmã é horrível.”

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A defesa da jovem apelou e, em março, a sentença de Costa foi revertida.

“Não entendo essa demora. Vejo isso como uma possibilidade de fuga para o criminoso. Lamentável”, afirmou a advogada da vítima, Andrea Cachuf.

O Estado entrou em contato com o Fórum de Olímpia, mas não conseguiu falar com o juiz Costa.

Na sentença do ano passado, o magistrado escreveu que “a não anuência à vontade do agente, para a configuração do crime de estupro, deve ser séria, efetiva, sincera e indicativa de que o sujeito passivo se opôs, inequivocadamente, ao ato sexual, não bastando a simples relutância, as negativas tímidas ou a resistência inerte”.

“Não há prova segura e indene de que o acusado empregou força física suficientemente capaz de impedir a vítima de reagir. A violência material não foi asseverada, nem esclarecida. A violência moral, igualmente, não é clarividente, penso”, escreveu o juiz.

Crime

O crime aconteceu em 2014, quando a menina foi atacada pelo avô, na época com 63 anos, em um quarto de hotel do Thermas dos Laranjais, em Olímpia. Desde maio do ano passado, Mendonça, que chegou a ficar preso, foi solto, aposentou-se como delegado e trabalha como advogado em Itu.