Uma operação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil, prendeu 39 acusados de envolvimento com o crime organizado. Armas, drogas e documentos também foram apreendidos pelos agentes.
Segundo o Deic, a operação teve a participação de 200 policiais da Divisão de Investigações sobre Crimes Contra o Patrimônio. Os agentes tentam cumprir 43 mandados de prisão e 47 de busca e apreensão desde segunda-feira. Na manhã de ontem, 21 pessoas foram presas na Grande São Paulo.
Entre os quatro foragidos, há pelo menos um que está fora do País e, por isso, a Interpol deve ser acionada.
Sem revelar nomes, o Deic afirmou que dois homens que fazem parte do alto escalão do Primeiro Comando da Capital (PCC) estão entre os presos de ontem. Um deles atuaria como “diretor operacional” da facção fora da cadeia e o outro seria dono de uma loja de carros usados na zona leste, na qual o bando fazia reuniões. Pelo menos 16 carros, dos mais de 50 da loja, estavam em seu nome.
Em São Paulo, as prisões foram realizadas nas zonas leste e sul, mas também houve prisões nas cidades de Guarulhos e Suzano, na Região Metropolitana. Segundo o Deic, foram seis meses de investigação, e a operação foi comandada pelo delegado titular da Divisão de Investigações sobre Crimes Contra o Patrimônio, Ruy Ferraz Fontes.
Durante toda a manhã e parte da tarde de ontem, houve grande movimentação no prédio da sede do Deic, na zona norte, por causa da chegada dos presos e do material apreendido na ação. Familiares e advogados dos presos esperavam notícias na frente do departamento.
A polícia apreendeu um fuzil, uma submetralhadora e quatro pistolas. Cem quilos de cocaína e crack, 43 quilos de maconha e 200 frascos de lança-perfume também foram apreendidos.
Lucro
Antes do início da Copa do Mundo, interceptações telefônicas feitas pela Polícia Civil mostravam que a prioridade da cúpula da facção era aumentar os lucros das vendas de entorpecentes durante o período do Mundial. Além das armas e drogas, foram apreendidos também DVDs e pen drives com agenda de contatos e registros de contabilidade da facção. Os dados vão ser usados pela polícia para tentar localizar outros integrantes do PCC.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.