A advogada de defesa Ieda Ribeiro de Souza está expondo os seus argumentos na fase dos debates desde as 14h20. Ela tem três horas para debater.

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No início da sua fala, a advogada se dirigiu diretamente aos 24 policiais militares presentes. “Eu me penitencio e me desculpo porque nem sempre a sociedade os respeita.”

“Os meus heróis não morreram de overdose. Todos os meus heróis estão aqui”, disse ela, falando aos PMs. “Eu tenho orgulho de defender aos senhores.”

Ela também deu um conselho aos policiais militares que se encontram na ativa: “Vivam a profissão como esses homens viveram.”

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Uma das estratégias da advogada é mostrar que tem mais experiência que os promotores para avaliar o caso. “Eu estou nesse processo desde 1997. O doutor Fernando (Pereira da Silva) tem contato de um ano com o processo.” Ela também questionou por que o Ministério Público não denunciou os réus por fraude processual, já que a acusação diz que a cena do massacre foi alterada e armas foram intrujadas na prisão.

Ao contrário da Promotoria, Ieda defende a individualização da conduta. “Eu não posso punir um pela conduta do outro. Em que país sério do mundo eu tenho uma acusação genérica?”

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Segundo ela, de uma acusação genérica não há como se defender. A advogada disse que, se fosse sabido que o policial A matou o prisioneiro B, poderia-se julgá-lo.

“Os senhores querem julgar a Rota?”, perguntou aos jurados. “Julguem também o que ela fez de bom. Vamos lembrar de ‘Tropa de Elite’. Quando a PM não consegue mais controlar a situação, chama o Bope, chama a Rota.”

Sobre o número elevado de detentos mortos na operação, ela ressaltou que o número não é alto se comparado ao total de presos no Carandiru à época: no Pavilhão 9, havia cerca de 2.600 presos, e, em toda a Casa de Detenção, mais de 7 mil. “Eu nenhum país do mundo eu tenho uma população carcerária dessa magnitude”, afirmou.