Os advogados dos quatro acusados de homicídio no caso da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria (RS), criticaram nesta terça-feira a denúncia feita pelo Ministério Público (MP) à Justiça. O advogado Omar Obregon, defensor do vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, disse que a acusação não considera que o cliente “não comprou, não instalou e não acionou” o artefato pirotécnico que deu início ao incêndio, dando a entender que essas seriam tarefas do produtor Luciano Bonilha Leão – a última, por controle remoto.

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Obregon também afirmou ter achado estranha a acusação de que a banda teria comprado um artefato mais barato e menos seguro e disse que bastaria algumas consultas ao mercado para comprovar que isso não ocorreu. “A denúncia não causa surpresa, mas é inaceitável”, afirmou o advogado Mário Cipriani, representante do sócio da boate Mauro Hoffmann, que alega que nem o inquérito e nem a denúncia descrevem conexões do cliente com os fatos. “Ele não tinha participação direta na administração da casa e nem na relação causa-efeito que fizeram da espuma e fogo”, sustenta.

O advogado Gilberto Weber, defensor de Leão, não concorda que o produtor da banda tenha posto frequentadores em risco por comprar o artefato pirotécnico. “Se ele tivesse aceitado o risco do resultado, teria aceitado o da própria morte porque também estava lá dentro e também poderia morrer, como foi o caso do Danilo (Jaques), dono da banda”, argumenta. O advogado Jáder Marques, defensor do empresário Elissandro Spohr, não se manifestou sobre pontos específicos, mas manteve a acusação de que o MP firmou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com a Kiss em 2009 e depois não verificou o resultado das intervenções que havia pedido.

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