Brasília – Os defensores públicos da União suspenderam os trabalhos por 48 horas a partir desta sexta-feira (22). A paralisação foi definida em assembléia na última terça feira (19).
O presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANDPU), Roldem Macedo, informou que a greve é nacional e atinge os 210 defensores públicos federais.
Segundo ele, a suspensão dos trabalhos deixa sem acesso ao atendimento jurídico gratuito as cerca de sete mil pessoas que hoje estão em conflito com a lei no país. Quem está com processo em andamento em alguma das 34 unidades da Defensoria Pública Federal também não será atendido.
A principal reivindicação é equiparar os salários da categoria com os dos procuradores da República. Atualmente, o piso dos defensores federais é de R$ 10,5 mil, de acordo com a associação.
"Fizemos um acordo salarial com governo em 2006, mas até agora nada foi feito", disse Macedo. "Não podemos admitir que o Estado pague bem o procurador e deixe de lado quem faz a defesa do cidadão, que é defensor público".
Ele acrescentou que a mobilização ocorre para que a carreira não fique excluída das negociações salariais. "Nós sabemos que outras categorias como Polícia Federal e os funcionários do Banco Central conseguiram negociar com o governo".
Para o defensor público da União no Distrito Federal, Wesley César Vieira, a categoria não é motivada a permanecer no cargo. Segundo ele, o fluxo de processos e as longas horas de trabalho desmotivam os defensores a continuar na carreira.
"Os defensores trabalham exaustivamente em horas extras e muitas vezes no fim-de-semana sem receber por isso. A valorização desses profissionais com certeza resultará na qualidade do atendimento".
De acordo com o presidente da ANDPU, está previsto para amanhã (22) uma reunião com a Advocacia Geral da União para tentar um novo acordo salarial.
