Depois de seis anos de investigações, a Divisão Anti-Seqüestro (DAS) de São Paulo concluiu o inquérito sobre o seqüestro do publicitário Washington Olivetto e obteve na Justiça a decretação da prisão preventiva de mais dois extremistas chilenos. Eles estão foragidos e são procurados também no Chile por violações à lei antiterror. Trata-se de Cristian Adolfo San Martin Morales, integrante de uma dissidência do Movimento Esquerda Revolucionária, o Exército Geral do Povos-Pátria Livre (MIR-EGP-PL, na sigla em espanhol), e de Luiz Alberto Moreno Correa, da Frente Patriótica Manoel Rodrigues (FPMR).
San Martin é apontado como o chefe da célula que cuidava do cativeiro em que ficou o publicitário. Ele alugou a casa da Rua Kansas, no Brooklin, usada como cativeiro durante os 53 dias do seqüestro. Depois de preso em Serra Negra, no dia 1º de fevereiro de 2002, o líder do grupo, Maurício Hernandez Norambuena, fez um acordo com a polícia e telefonou no dia 2 para seus subordinados, ordenando a libertação de Olivetto. Foi para o telefone de San Martin que Norambuena ligou dando a ordem: ?Soltem o cavalheiro.? Ele chegou a ser preso em 2005 no Chile, mas fugiu da prisão.
Moreno é acusado de ser o responsável pelo arsenal usado para dominar Olivetto em Higienópolis. Ele e San Martin foram reconhecidos por testemunhas, além de suas fotos terem sido achadas em esconderijos do grupo. Ao todo, os extremistas mantiveram pelo menos dez bases em São Paulo. Uma delas era ocupada por Moreno, na Rua Pedroso Alvarenga, no Itaim-Bibi, na zona sul.
A DAS obteve ainda provas contra um terceiro acusado. O problema é que não foi possível descobrir sua verdadeira identidade. Trata-se do homem que se identificava como Miguel Armando Villabela. Segundo Alfredo Augusto Canales Moreno, um dos militantes do MIR-EGP-PL presos em Serra Negra com Norambuena, trata-se de um nome falso que homenageia dois líderes do MIR. ?Pedimos auxílio às polícias do Chile, da Argentina e da Colômbia, mas ninguém conseguiu identificá-lo?, disse a delegada Juliana Pereira Ribeiro Godoy Rodrigues, que presidiu o inquérito do caso. Além desses três, a delegada obteve indícios contra outros quatro integrantes da FPMR. Mas, para ela, não havia elementos para indiciá-los.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo