O juiz de plantão do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio de Janeiro, Ricardo Rocha, decretou no fim da noite desta terça-feira (8) a prisão temporária por 30 dias do cabo William de Paula, de 36 anos, e do soldado Elias Gonçalves da Costa Netto, de 30 anos. Os dois foram indiciados horas antes pelo assassinato do menino João Roberto Amorim Soares, de 3 anos, na noite de domingo. O delegado responsável pelo inquérito, Walter Alves Oliveira, afirmou estar convencido que os policiais militares atiraram no carro da família de João Roberto com o intuito de matar quem estava dentro do carro, apesar de ele entender que os agentes acreditavam que havia criminosos no veículo.

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Oliveira indiciou os policiais militares por homicídio doloso (com intenção de matar) qualificado (porque não houve chance de defesa). O pedido de prisão feito pelo delegado foi encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE), que o remeteu à Justiça. Os dois foram levados do 6º Batalhão de Polícia Militar (PM), onde estavam presos administrativamente, para o Batalhão Especial Prisional, para cumprimento da medida judicial.

A mãe de João Roberto, a advogada Alessandra Soares, voltava para casa quando percebeu que um carro da PM vinha em alta velocidade atrás dela. Ao encostar para dar passagem aos policiais, ela foi surpreendida com o fuzilamento do seu carro, um Fiat Palio grafite. Os PMs perseguiam um Fiat Stilo preto, mas confundiram os veículos. Eles desceram da viatura e dispararam pelo menos 15 tiros contra o carro da advogada. João foi atingido por uma bala na nuca, outra nos glúteos e ainda foi ferido de raspão na orelha.

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