A decisão de abrir mão da cadeirinha é equivocada, na avaliação da coordenadora nacional da ONG Criança Segura, Gabriela de Freitas. “Estatisticamente, a chance de uma criança morrer em um acidente de trânsito é muito maior do que em um caso de violência.”

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Dados de 2015 compilados pela instituição com base em informações do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) mostram que os acidentes de trânsito são a principal causa de mortes de crianças de zero a 14 anos de idade no Brasil em relação ao total de acidentes em geral.

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Entre os tipos de ocorrências no trânsito, atualmente as que mais matam crianças são as que envolvem carros, quando o menino ou a menina é ocupante do veículo (veja gráfico ao lado).

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“[No caso do roubo de carro] existe ainda a possibilidade de negociar e pedir para tirar a criança. Já em acidente de trânsito, não existe alternativa de tentar salvar. A única forma segura de a criança ser transportada no carro é usando a cadeirinha”, defende Gabriela. O equipamento, segundo ela, “pode salvar em 80% dos casos”.

O mecanismo evita que a criança seja lançada para fora do carro em uma colisão. “E o cinto da cadeirinha é projetado para fazer contato com as partes fortes do corpo da criança. É um cinto de cinco pontos, como o usado na Fórmula 1.”

Mas a instalação inadequada, como colocá-la no banco da frente ou não prendê-la ao carro, pode ser ainda mais perigosa. “Se a cadeirinha ficar meio solta, vai juntar o peso do corpo da criança com o da cadeirinha e ela vai voar junto.” Um dos riscos de colocar no banco da frente, diz Gabriela, é o contato com o airbag, que, se acionado, pode machucar a criança.

“Os acidentes são uma realidade. É uma epidemia e uma das principais causas de morte entre crianças e adultos. O pai que toma essa decisão tem de estar ciente de que está fazendo uma escolha que pode tirar a vida do filho”, afirma ela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.