A decisão da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), que organiza o desfile do Rio, de não rebaixar nenhuma das agremiações do Grupo Especial foi “a mais sensata”, disse o diretor de carnaval da Paraíso do Tuiuti, Leandro de Azevedo Machado. A Paraíso do Tuiuti foi uma das escolas prejudicadas por acidentes no desfile.
No total, 32 pessoas ficaram feridas em dois acidentes no sambódromo da Marquês de Sapucaí, um no domingo, outro na segunda. Duas vítimas, envolvidas no acidente com um carro alegórico da Paraíso do Tuiuti, estão internadas em estado grave. Outras três seguem hospitalizadas, mas com estado de saúde estável. O acidente de segunda-feira foi no desfile da Unidos da Tijuca.
Nesta quarta-feira, antes da apuração dos resultados da disputa entre as escolas de samba, a Liesa decidiu que nenhuma agremiação seria rebaixada para a Série A, divisão imediatamente abaixo do Grupo Especial. A escola campeã da Série A subirá ao Grupo Especial no ano que vem, mesmo assim.
Logo no início da cerimônia de apuração, quando essa decisão foi anunciada, a plateia reagiu. Uma minoria aplaudiu, mas grande parte vaiou e alguns gritaram “vergonha”.
“A decisão foi a mais sensata. Carnaval é alegria e celebrar a vida. Como se fala para uma escola desfilar depois daquele problema? Isso dá um baque”, afirmou Machado, no sambódromo do Rio, minutos antes do início da cerimônia de anúncio da apuração.
Para o diretor da Paraíso do Tuiuti, único representante da escola na apuração, “o acidente foi uma fatalidade”. “O carro não tem nenhum tipo de problema. A ‘roda maluca’ não estava quebrada, até porque ela não ia no chão, ela é de apoio, no caso de as pessoas pularem em cima da alegoria. Vamos aguardar o laudo do perito. Fizemos uma grande carnaval”, disse Machado.
O diretor disse que, a pedido do presidente da Paraíso do Tuiuti, foi ao hospital Souza Aguiar, no centro do Rio, visitar as vítimas do acidente de domingo. “Vamos dar qualquer tipo de assistência a todas as vítimas. A Paraíso não vai fugir da sua responsabilidade. Pode não ser culpada do acidente, mas da sua responsabilidade não fugir”, afirmou Machado.