O Diretório Central dos Estudantes (DCE) quer discutir a proposta do governo estadual de criação de um policiamento comunitário também na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Não houve até agora qualquer contato com os estudantes e queremos participar dessa discussão”, disse nesta segunda-feira, 27, o coordenador geral do DCE da universidade, Cristovan Grazina. A proposta da Secretaria da Segurança Pública do Estado é estender à Unicamp um modelo de policiamento que está sendo desenvolvido para a Universidade de São Paulo (USP).
Inspirado num sistema adotado no Japão, o modelo prevê o policiamento do câmpus por um efetivo fixo da Polícia Militar, especialmente treinado para as atividades universitárias. De acordo com Grazina, a proposta enfrenta resistência entre os estudantes. “Não queremos uma polícia diferente para nós, queremos uma polícia mais humanizada e bem treinada para toda a sociedade”, disse.
Segundo ele, o movimento estudantil é crítico do atual modelo de polícia “militarizada e autoritária”, mas está disposto a debater a segurança. “Queremos participar da discussão e colaborar, mas ainda não fomos procurados”, disse.
A presença de policiais militares em universidades públicas de São Paulo enfrenta resistência de grupos acadêmicos. Na Unicamp, estudantes ocuparam a reitoria por duas semanas, em 2013, em protesto contra a atuação da PM. O ato ocorreu após a morte do estudante Denis Casagrande, de 21 anos, durante uma festa na universidade. Desde essa época, os alunos defendem um policiamento formado por uma guarda universitária formada por funcionários concursados.
A Secretaria da Segurança Pública informou que o modelo de policiamento comunitária ainda é objeto de discussão e não há prazo para ser adotado na Unicamp.