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J. Freitas / Agência Senado

Delcídio Amaral: "peixes graúdos"
podem ser os próximos a depor.

Brasília – A CPI Mista dos Correios marcou para a próxima terça-feira uma reunião para discutir a convocação do banqueiro Daniel Dantas, do presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG) e do ex-ministro da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP). Com isso, os depoimentos de Simone Vasconcelos, diretora financeira da agência de publicidade SMP&B, empresa de Marcos Valério, e de Davi Rodrigues Alves, policial civil de Minas Gerais que teria sacado R$ 4 milhões de contas das agências SMP&B no Banco Rural de Brasília, foram transferidos para quarta.

Segundo a Líder do PT no Senado, senadora Ideli Salvati (PT-SC), a reunião de terça-feira será voltada para a discussão de requerimentos "polêmicos". "Nós teríamos todas as polêmicas convocações de Daniel Dantas, Eduardo Azeredo, José Dirceu e outras destinadas para a votação na terça-feira que vem", explicou. O Banco Central colocou ontem sua equipe técnica à disposição da CPI Mista dos Correios "para estudos sobre eventuais mudanças institucionais visando o aperfeiçoamento do controle das atividades do sistema financeiro nacional".

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A nota informa que o presidente do BC, Henrique Meirelles, manteve entendimentos com o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS) nesse sentido, acrescentando que "este será um trabalho adicional ao já prestado hoje por técnicos do Banco Central que foram cedidos" à comissão. Os integrantes da CPI aprovaram em bloco uma série de requerimentos. Entre eles está o envio de todas as autorizações de veiculação, ordens de produção ou ordens de serviço enviadas pelos Correios à agência de publicidade SMP&B.

Além disso, foi definido o nome do deputado Carlos Abicalil (PT-MT) para sub-relatoria que vai analisar contratos e suas execuções. O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) é o sub-relator que trabalha na área de movimentação financeira.

Não sabe

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O ex-presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e um dos coordenadores da campanha do então governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) à reeleição em 1998, Carlos Eloy Guimarães, disse ontem que não tomou conhecimento de doações da SMPB. "Eu não soube de empréstimo algum e muito menos de doações", afirmou.

Azeredo é, atualmente, senador e presidente nacional do PSDB. Segundo reportagem do jornal O Globo, a DNA Propaganda, do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, teria tomado empréstimo de R$ 9 milhões junto ao Banco Rural em agosto de 1998, tendo como garantia contrato publicitário com o governo mineiro. Na mesma época, a SMPB, outra agência de Marcos Valério, teria transferido dinheiro a, pelo menos, 70 políticos e pessoas ligadas aos partidos da coligação encabeçada pelo PSDB (PFL, PTB, PPB, PSN e PSD). Os repasses ultrapassariam mais de R$ 1,6 milhão, não declarados oficialmente nos gastos da campanha.

"Eu nunca autorizei nenhuma doação e o autor das doações é que deve dizer quem autorizou", afirmou Carlos Eloy, que foi o coordenador da campanha de Azeredo no primeiro turno, sendo substituído pelo atual ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia (PTB) na disputa do segundo turno.