A Prefeitura de São Paulo usará dados de aplicativos de transporte para planejar operações de fiscalização de trânsito na cidade. A ideia é que, com os dados dos Apps, seja possível identificar locais que estão com alta concentração de pessoas, como shows e bares, e, assim, organizar ações de segurança e de controle da lei seca.
A parceria foi divulgada na manhã desta terça-feira, 5, pela responsável de políticas públicas da 99, Ana Guerrini, uma das palestrantes do 1° Fórum de Mobilidade Urbana, evento promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo na zona oeste da cidade.
Em um painel que discutiu a aplicação de tecnologia na mobilidade urbana, Ana explicou como a enorme quantidade de dados gerados pelos aplicativos de transporte, como o 99, pode ser usado pelo poder público para diversas ações, inclusive o planejamento de eventos.
Ela mostrou como exemplo de que maneira as regiões do chamado Baixo Pinheiros (a área entre a Marginal do Pinheiros e o Largo da Batata) na zona oeste, e de Santa Cecília, no centro, têm aumentado a concentração de pessoas à noite, enquanto as ações de fiscalização da Lei Seca estão na Vila Madalena e na Rua Augusta.
As informações já estão sendo comparadas com a Prefeitura que, desde o começo do ano, tem participado das blitze da Lei Seca conduzidas pela Polícia Militar.
Fórum
O evento de mobilidade, que ocorre nesta terça-feira, traz palestras de pesquisadores e de executivos das principais empresas do setor.
Ainda tratando de inovação na mobilidade urbana, Paulo Cabral, executivo da empresa de navegação Waze, citou exemplos de como compartilhamento de dados sobre congestionamentos estão sendo usados para melhorar o trânsito. Falou de uma ação testada na zona portuária de Boston, nos Estados Unidos. “Com as informações de congestionamentos, eles reprogramarão os semáforos, e houve uma redução de 18% (na lentidão)”, explicou.
Já Pedro Palhares, diretor do aplicativo de transporte coletivo Moovit, citou outras aplicações possíveis: “Uma de nossas ferramentas permite fazer pesquisas sobre a qualidade do transporte” entre os usuários, o que poderia servir para o poder público fiscalizar os contratos de concessão.