Cúpula da FAO contra a fome termina sob críticas

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), Jacques Diouf, expressou hoje preocupação de que a cúpula contra a fome tenha fracassado em precisar as somas que serão usadas para combater a fome. O encontro foi qualificado como um fracasso, quando delegados de 192 países rejeitaram um apelo das Nações Unidas para doarem mais US$ 44 bilhões por ano para o desenvolvimento agrícola.

Segundo a ONU, o número de famintos aumentou entre 2008 e 2009, de 850 milhões para mais de 1 bilhão de pessoas. O encontro de três dias no quartel-general da FAO em Roma mostrou pouco progresso nos esforços para uma nova estratégia para ajudar fazendeiros em países pobres a produzirem alimentos suficientes para abastecer seus países.

No fechamento do encontro, a agência de ajuda internacional Oxfam denunciou que o encontro foi um esforço “opaco” que ofereceu “migalhas” para a fome. Diouf disse em seu discurso de fechamento da cúpula que os países deram “passos importantes” ao se comprometerem na declaração final em aumentar o auxílio ao desenvolvimento agrícola. Mas “Eu notei que essa declaração não contém objetivos quantitativos, nem um prazo final preciso” para eliminar a fome.

As Nações Unidas esperavam que o encontro fixasse a data de 2025 para erradicar a fome no mundo. A Oxfam se juntou a um coro barulhento de críticos que questionaram o resultado da cúpula. “Um só encontro não pode resolver a fome mundial, Mas nós certamente esperávamos mais disso”, disse o porta-voz da Oxfam, Gawain Kripke.

Além do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, que como anfitrião liderou a sessão de abertura, nenhum outro líder do G-8 compareceu. “A quase total ausência de líderes dos países mais ricos envia uma pobre mensagem desde o começo. A cúpula ofereceu poucas realizações”, disse Kripke.

Embora o encontro tenha endossado uma mudança de estratégia, que colocou a ênfase em tornar países subdesenvolvidos e em desenvolvimento suficientes na agricultura e produção de alimentos, fatores como guerras, secas e enchentes, bem como a crise financeira global, ainda significam que doações emergenciais de alimentos continuam necessárias.

Funcionários da ONU disseram hoje que vários desses fatores fizeram com que a região do Chifre da África, formada por Somália, Etiópia, Eritreia e Djibuti, se tornasse numa das regiões de fome mais crítica no mundo, com 23 milhões de pessoas famintas.

O Programa Mundial de Alimentação precisará de US$ 1 bilhão para fornecer alimentos à região nos próximos seis meses. Mais da metade dos 23 milhões de famintos na região vivem na Etiópia e esse número inclui entre 4 e 5 milhões de crianças com menos de cinco anos.

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