Cúpula com árabes sai em 2004

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve a aprovação da Liga Árabe à sua idéia de promover uma reunião de cúpula entre países da América do Sul e do Oriente Médio em 2004. O aval foi obtido durante os encontros do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, com o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mousa, na noite de anteontem, no Cairo (Egito). Na manhã de ontem, em Beirute, o presidente do Líbano, Emile Lahoud, reforçou o apoio árabe à iniciativa, conforme relatou a Assessoria de Comunicação do Itamaraty.

A proposta do governo brasileiro é estreitar as relações entre as duas regiões nas áreas política, econômica e comercial, bem como articular iniciativas e posições comuns em organismos internacionais, em especial na Organização das Nações Unidas (ONU). A idéia também recebeu o respaldo do chanceler do Egito, Ahmed Maher. Amorim aproveitou sua passagem pelo Oriente Médio no último final de semana, onde participou das reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Fórum Econômico Mundial, para visitar os chefes de Estado e chanceleres do Egito, da Jordânia e do Líbano.

Ao mesmo tempo que levou a idéia da aproximação entre as regiões e da composição nos foros internacionais, acentuou o interesse do Brasil na reforma da ONU e na possibilidade de ingresso do país ao restrito Conselho de Segurança da organização. A costura desse estreitamento de relações com o Oriente Médio se dá em paralelo à ambição do governo brasileiro de mover-se em várias frentes para consolidar uma posição mais relevante para o País no cenário internacional e para estimular a cooperação, o comércio e os investimentos. A primeira iniciativa, focada no Mercosul, diz respeito à integração sul-americana. A segunda, à formação de um grupo Brasil-Índia-África do Sul, que poderá se estender a seus respectivos vizinhos e agregar, no futuro, a Rússia e a China.A terceira, a maior cooperação com as nações africanas, em especial com as da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Por fim, o governo Lula conseguiu um sinal favorável para a melhoria da parceria do Brasil com os Estados Unidos e buscará o mesmo, em julho, com a Europa.

Durante sua passagem pelo Egito, Amorim conversou com o secretário-geral da Liga Árabe sobre a situação do Oriente Médio, particularmente sobre a evolução do conflito entre palestinos e israelenses e a reconstrução do Iraque. Ambos concordaram que a solução depende de esforços internacionais e que a maior participação da ONU no processo iraquiano será crucial.

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