Cunhado de ministro morto em assalto é enterrado

Foi sepultado na tarde desta quinta-feira, 22, no Cemitério Bom Pastor, em Ribeirão Preto (SP), o corpo do empresário e ex-jogador do Botafogo-SP, José Pedro Rotiroti, mais conhecido como Pedrinho, que morreu baleado durante um assalto na tarde de quarta, 21. Ele era cunhado do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que passou pelo velório, mas não ficou para o enterro.

“Ele era muito tranquilo”, disse o ministro, não acreditando que o parente tenha reagido ao roubo. “Foi chocante receber a notícia” afirmou. O ex-atleta Paulo Egídio, que jogou com Pedrinho, concorda com o ministro. “Não acho mesmo que tenha reagido, pois era uma pessoa muita calma”, afirmou. Para ele, o amigo foi vítima da violência que atinge a sociedade e a maldade que vai tomando conta dos corações das pessoas.

Pedrinho era a muito conhecido e seu sepultamento atraiu cerca de mil pessoas. Ele foi enterrado em meio a muitos aplausos e com uma bandeira do Botafogo cobrindo o seu caixão. Entre os presentes, o clima era de tristeza e revolta. Também para amigos e parentes, o empresário não reagiu ao assalto, como afirmaram os dois adolescentes envolvidos em sua morte.

Na versão dos adolescentes, de 17 e 14 anos, Pedrinho teria reagido após eles pedirem carona e anunciarem o roubo. Ao desferir um chute contra o garoto que portava a arma, ele teria sido atingido com dois tiros na cabeça. Os assaltantes ainda jogaram seu corpo para fora do carro e fugiram em alta velocidade, porém, uma motorista que passava pelo local e viu a cena acionou a Polícia Militar.

Mais de 30 policiais participaram da perseguição que terminou após o veículo Saveiro do ex-jogador estourar um pneu em uma estrada de terra. Os adolescentes ainda tentaram fugir, mas foram pegos e entregaram a arma, para em seguida confessarem o crime. Ambos já tinham passagens pela polícia e estão apreendidos.

História

Pedrinho tinha 56 anos, era casado e pai de dois filhos. Começou a jogar futebol profissionalmente em 1978 no Rio Branco de Ibitinga (SP). Mas se destacou mesmo no Botafogo, onde atuou como volante por seis anos na década de 1980. Na época atuou ao lado de jogadores como Raí e Marco Antônio Boiadeiro. Ele deixou de jogar e virou empresário no início da década de 90.

O Botafogo de Ribeirão declarou luto pela morte de Pedrinho e em seu velório o que não faltaram foram coroas de flores. Entidades, clubes, políticos e amigos enviaram suas últimas homenagens. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso, que já acredita ter solucionado. Por serem menores de idade, os adolescentes não serão levados a julgamento e devem estar livres assim que completarem os 18 anos.