São Paulo – A oferta era tentadora: dinheiro a juro baixo e pagamento a longo prazo para financiamento ou empréstimo pessoal. A liberação seria em no máximo uma semana, com o pagamento de 5% como taxa do empréstimo. A negociação era feita sempre por telefone e, para a elaboração do cadastro, os interessados deveriam mandar informações pessoais por fax. Os estelionatários faziam a oferta por meio de anúncios em jornais, revistas e emissoras de rádio nas principais capitais do País. “Dinheiro fácil. De R$ 10 mil a R$ 300 mil mesmo com problemas na Justiça. Para R$ 10 mil, pagamento de R$ 199 fixas”, dizia um dos anúncios.
Para dar credibilidade ao golpe, usavam nos formulários o nome do Banco Continental Finasa como fonte dos empréstimos. Em um ano a quadrilha lesou de 1.200 a 1.500 pessoas em São Paulo, Rio, Goiás, Rio Grande do Sul, Minas e Paraná. Vagner Geraldo da Silva, de 42 anos, acusado pela polícia de ser o chefe do grupo, chegou a montar uma central telefônica em sua própria casa para receber os chamados de todo o País, que eram distribuídos para os celulares atendidos pelos demais integrantes do grupo.
O delegado Marco Antônio Novaes de Paula Santos, da seccional de São Bernardo do Campo, investigava a quadrilha há três meses. “Foi preciso desenvolver um programa com a Telefônica para chegarmos aos celulares dos bandidos”, contou Santos. Silva foi preso pouco depois das 5h. Estava dormindo. Os policiais, com mandados de prisão expedidos pela Justiça, prenderam também Edson Carlos Soares, 25, Edinaldo Soares dos Santos, 39, Aparecida Leite da Silva, 42, e Cleize Juliana Garcia, que fazem parte da quadrilha.
Prevenção
Para receber o dinheiro da “taxa”, o grupo abria contas em bancos, usando informações das vítimas de outros golpes. O depósito era feito com cheque roubado na conta do interessado. “Os cheques ficavam na compensação e, quando devolvidos, o grupo já tinha recebido o dinheiro das taxas”, disse Santos.
Prevenção
Segundo o delegado, é fundamental ficar atento aos anúncios que oferecem dinheiro fácil demais, sem exigir garantias. “Nunca peça dinheiro emprestado por telefone ou internet e jamais forneça dados pessoais; somente faça negócio pessoalmente”, adverte o policial.