O diálogo entre os trabalhadores e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) não foi retomado neste sábado (2), quando teve início a greve dos funcionários da empresa. Segundo a assessoria de imprensa da siderúrgica, não haverá negociação enquanto houver greve.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda e Região, Renato Soares Ramos, disse que poderá haver ocupação da empresa a partir da segunda-feira, caso "continue a pressão sobre os trabalhadores". Ele afirmou que "estamos parando a empresa gradativamente". A assessoria da CSN disse que hoje a empresa funcionou normalmente nos dois primeiros turnos, com início à meia-noite e às 8 horas da manhã.
Os trabalhadores da CSN decidiram na noite de ontem entrar em greve por tempo indeterminado, após votação realizada em frente à usina da empresa, em Volta Redonda, na região sul-fluminense. É a primeira paralisação na siderúrgica desde 1990. Foi decidido que será mantido apenas um mínimo de profissionais em operação para não haver necessidade de desligar os três alto-fornos da empresa.
Reivindicação
Inicialmente, os empregados reivindicavam reajuste salarial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC, atualmente acumulado em 3,44%), mais 6% de aumento real e 33% de reposição por perdas salariais. Depois de duas longas e tensas reuniões, realizadas terça e quarta-feira, a proposta dos empregados foi reduzida para o INPC mais 10% de ganho real e R$ 3 mil de abono.
A CSN, por sua vez, apresentou no final da semana sua última proposta, de INPC, mais 1,5% de aumento real e R$ 2 mil de abono que seria pago 72 horas após a assinatura de um eventual acordo.