A presidente eleita da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner desembarca nesta segunda em Brasília para um segundo encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 50 dias. Um dos principais pontos da agenda será a integração energética entre Brasil e Argentina. Segundo se informou em Buenos Aires, Cristina quer aumentar os investimentos da Petrobras na Argentina e pensa fazer uma parceria estratégica com a estatal brasileira.

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Na capital argentina, a decisão de reunir-se pela segunda vez com Lula em tão breve período está sendo interpretada como a confirmação de que o eixo Buenos Aires-Brasília é consideravelmente mais importante do que o eixo Buenos Aires-Caracas. Segundo o tradicional jornal La Nación, a agenda exterior de Cristina ?responde à simples equação de ?primeiro o Brasil, depois o mundo?. O encontro terá agenda aberta, mas a chancelaria argentina informou que o encontro visa a reforçar a aliança estratégica Brasil-Argentina.

A integração energética entre os dois países tem especial interesse para a Argentina, já que uma crise no setor paira sobre o país desde 2004. Entre maio e agosto deste ano, o governo do marido de Cristina, o presidente Néstor Kirchner, teve de reduzir a oferta de gás e energia elétrica à indústria.

Em diversas ocasiões, ao longo da campanha eleitoral e desde a sua vitória nas urnas, Cristina citou o Brasil como um modelo a seguir. Ela revelou admiração pela Embraer, empresa que mencionou como modelo de negócios no discurso de lançamento de sua candidatura. Coincidentemente, desde meados do ano especula-se que a empresa brasileira poderia assumir a fábrica aeronáutica da província de Córdoba, atualmente gerenciada pela Lockheed, cujo contrato de concessão, perto de vencer, dificilmente será renovado, segundo se diz aqui.

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Outra empresa que causa admiração aos Kirchner é a Petrobras. Tanto quanto Néstor, Cristina sonha em ter uma estatal energética do nível da brasileira. No passado, a Argentina teve a YPF, privatizada nos anos 90 e vendida à espanhola Repsol na virada do século.

Cristina tomará posse no dia 10 de dezembro com elevada popularidade e alta expectativa. Segundo uma pesquisa da consultoria OPSM, 69% dos argentinos acham que o governo dela será ?bom? ou ?muito bom? e só 9% consideram que será ?ruim? ou ?muito ruim?.

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