O acidente com o Airbus A320 da TAM em Congonhas – que deixou 199 mortos, há exatos dois meses, na maior tragédia aérea da história do País – aumentou a desconfiança dos passageiros com o transporte. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o movimento nos vôos domésticos do País caiu 3,7% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Enquanto isso, o número de passageiros de ônibus cresceu 20% nas rotas de até 600 quilômetros e cerca de 15% nas viagens mais longas, conforme dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Só no feriado de 7 de setembro, por exemplo, 480 mil pessoas passaram pelos Terminais Rodoviários do Tietê, Barra Funda e Jabaquara, em São Paulo – um resultado 10% maior do que o registrado no mesmo feriado do ano passado. A empresa de ônibus 1001, uma das que mais que fazem percursos curtos, registrou acréscimo de passageiros de 49%.
De acordo com a Anac, a ocupação média dos aviões também recuou: de 73% em agosto de 2006 para 59% no mês passado. Em julho, a taxa de ocupação havia sido de 72%. ?Apesar de morrer muito mais gente nas rodovias, esses números mostram o medo do brasileiro de ficar preso nos aeroportos, sem conseguir viajar?, diz o especialista em transportes Nazareno Stanislau Affonso. ?Mas ainda é cedo para falar em tendência. Vamos ter de esperar até as férias de fim de ano para saber se as empresas aéreas vão conseguir readquirir a confiança dos viajantes. Quem está trocando o aéreo pelo terrestre neste momento é principalmente o empresário, que não pode tolerar atrasos.? As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.