O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse hoje que lideranças criminosas se reorganizam e tentam “manter a estrutura do poder paralelo” após ocupações da polícia nas favelas do Rio. Ele fez a declaração ao comentar a chacina que deixou seis jovens mortos após irem tomar banho de cachoeira próximo à favela da Chatuba, em Mesquita (Baixada Fluminense). As informações são da Agência Brasil.
“As comunidades que ainda são dominadas pela presença física da marginalidade acabam hospedando marginais líderes fugitivos das comunidades pacificadas. Eles conseguem escapar e ir para essas comunidades se reorganizar e tentar manter a estrutura do poder paralelo. Isso tem sido bem claro para a gente”, disse o governador.
Apesar de afirmar que há uma rápida reorganização do crime, ele não confirmou se alguma favela da Baixada Fluminense será alvo de uma unidade pacificadora. A PM, no entanto, informou que instalará no local um posto permanente.
A comunidade Chatuba foi ocupada pela Polícia Militar na madrugada de hoje após um aumento da violência, que deixou ao menos 12 mortos nos últimos três dias na região – seis deles eram os jovens que foram tomar banho de cachoeira e desapareceram no último sábado. Eles foram encontrados mortos às margens da via Dutra. Alguns deles estavam com as mãos amarradas.
Segundo a polícia, dez pessoas foram presas hoje e outras duas ontem. A maioria dos presos estava com drogas ou já era procurada pela polícia. Apesar disso, nenhum deles ainda está sendo considerado suspeitos pela morte dos seis jovens.
As UPPs são a principal política de segurança pública do Estado e já foram implantadas em cerca de 140 favelas da cidade do Rio de Janeiro. No entanto, ainda há mais de mil favelas em todo o Rio de Janeiro controladas por criminosos armados.
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