Duas crianças reconheceram na segunda-feira (2) a mansão de um médico como sendo a fachada da casa para onde elas teriam sido levadas, filmadas e molestadas por pedófilos que fariam parte da rede que abusou de pelo menos 24 crianças e adolescentes da periferia de Catanduva, a 380 km da capital paulista. A casa fica num bairro de classe alta. As crianças, segundo suas mães, também reconheceram outra residência, no mesmo bairro, onde também ocorriam as sessões de tortura e violência. A casa seria de um empresário.
O trabalho de reconhecimento foi feito a pedido do Ministério Público e o registro, enviado à Vara da Infância e da Juventude. Na segunda, também a Justiça decretou o sigilo dos autos com a justificativa de proteger as vítimas, segundo os promotores Noemi Corrêa e André Cunha. Assim, os nomes de novos suspeitos, já ouvidos pela polícia, não foram revelados. Um deles seria ligado a uma entidade religiosa da cidade.
O senador Magno Malta (PR-ES), presidente da CPI da Pedofilia no Senado, prometeu às famílias que “tudo que foi feito de errado será consertado pela Justiça, pelo Ministério Público e pela CPI”. Ele disse que a CPI fará novas sessões de reconhecimento e vai ouvir delegados, acusados, juízes e promotores, além de testemunhas. A CPI deverá ficar de dois a três dias, na próxima semana, em Catanduva. “A CPI deverá pedir quebra de sigilo telefônico e até prisão de envolvidos.”