Foto: Ricardo Stuckert/PR |
Aluizio Mercadante e Lula: "Derrotamos aqueles que governavam o Brasil desde que Cabral descobriu o Brasil". |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Sorocaba, que o crescimento da economia deixa a oposição "nervosa". Sem se referir à denúncia da Procuradoria Geral da República de que o PT montou uma organização criminosa para se sustentar no poder, o que levou oposicionistas a cogitarem a abertura de processo de impeachment, Lula pediu à oposição que "deixe de trabalhar para que não aconteçam as coisas e pense no Brasil".
Segundo Lula, o País precisa de pessoas que deixem de ser "mesquinhas" e "pequenas", pois o mais importante é ver as coisas acontecendo no País. "Eu estou convencido que o que deixa minha oposição muito nervosa é o crescimento da economia", afirmou. Segundo ele, no mês de fevereiro, "o mais fraco na geração de empregos", foram criadas 176 mil vagas com carteira assinada. "Eu acho que fica muita gente incomodada porque a economia está crescendo", disse, num discurso para cerca de 500 pessoas.
Lula plantou um ipê amarelo para simbolizar o início das obras do campus local da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), criado em seu governo. O público era quase só de militantes – um grupo de estudantes que ensaiou um protesto foi agredido. Pelo menos dois universitários ficaram feridos. Em tom de comício, ovacionado pala claque que gritava "um, dois, três, é Lula outra vez", o presidente disse que as pessoas estão percebendo que as coisas estão melhorando: "Os empregos estão aparecendo, tem vagas na universidade, as crianças estão comendo melhor, as mulheres indo para o supermercado e comprando arroz por menos da metade do que comprava, o trabalhador indo comprar um saco de cimento pela metade do que comprava em 2003".
Mas o presidente reconheceu que ainda falta muito. "Eu nunca tive a ilusão que a gente pudesse consertar os erros de 500 anos em 4 anos, mas acredito que em 4 anos nós vamos fazer mais do que eles fizeram em 50." Durante o evento, Lula tentou capitalizar o fato de, sendo um presidente sem diploma universitário, estar investindo na educação. "O que nós estamos fazendo no Brasil é preparando esse País para se tornar uma grande potência no século 21", afirmou. Lembrando a condição de grande exportador de minério de ferro, café, frango e suco de laranja, ele disse que o Brasil será potência mundial no dia em que estiver exportando conhecimento. "Não tem nada mais sagrado do que a elevação do conhecimento de um povo para que ele possa ser competitivo para disputar mercado, produto, pesquisa e o direito do Brasil, no século 21, ocupar um lugar que não ocupou nem no século 20 nem no 19."