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Brasília – Ficou para amanhã o encontro da cúpula governista do PMDB com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para discutir a posição do partido na reforma ministerial. Segundo um colaborador do presidente, foi Lula quem telefonou ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para renovar o convite sem, contudo, marcar hora. Os articuladores políticos do governo acharam mais prudente aguardar o lançamento da candidatura dissidente do PT à presidência da Câmara (Virgílio Guimarães), prevista para hoje.

O governo terá de administrar o impacto da candidatura do petista nas negociações políticas da reforma ministerial. Segundo um peemedebista que acompanha a movimentação dissidente na Câmara, pelo menos a metade da bancada do PMDB está disposta a apoiar Virgílio. O parlamentar avalia que essa questão certamente será discutida na reforma ministerial.

Além da disputa dos partidos por ministérios, outra briga cresce nos bastidores do poder em Brasília: a nomeação de políticos e apadrinhados para as diretorias das agências reguladoras. Estão no alvo dos políticos três cargos de agências, sendo dois de direção geral. Outras duas diretorias que vão ficar vagas nas próximas semanas também já estão em disputa. O salário dos diretores das agências reguladoras é próximo ao de ministro de Estado (R$ 8,5 mil). Mais que vantagens financeiras, no entanto, a diretoria dessas agências confere poder político e um futuro promissor no mercado, pela experiência e conhecimentos adquiridos no cargo. Foi o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva que despertou o interesse dos partidos aliados pelos cargos ao escolher dois políticos, ainda que interinamente, para as presidências da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

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Quem tomou posse ontem, já dentro do espírito da reforma ministerial, foi o novo presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto. Ele admitiu que as relações pessoais com os integrantes do governo ajudarão na administração da entidade. Ex-sindicalista, ex-metalúrgico e ligado ao PT paulista, Okamotto é amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo reconhecendo a proximidade como um facilitador, o novo presidente do Sebrae tentou relativizar o assunto. "Também não vou despachar o tempo todo com o presidente", afirmou.

"A gente tem relacionamentos pessoais que podem facilitar os contatos, como os outros presidentes da entidade também os tinham, mas o Sebrae e os pequenos empresários já são reconhecidos por sua importância", completou, poucas horas antes de tomar posse na presidência do serviço.

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Okamotto disse que também aposta nos contatos com empresários e parlamentares como facilitadores da promoção das políticas de ajuda aos pequenos empreendedores.

A ligação política e pessoal dele com a gestão petista pôde ser percebida no tom quase diplomático com que comentou a possibilidade de o Banco Central (BC) anunciar hoje mais um aumento na taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).