O Brasil tem hoje 324 grandes obras de infra-estrutura em construção ou já contratadas (mas não iniciadas) correndo sério risco de atraso por causa da escassez de crédito que assola o mundo. Para serem concluídos nos próximos anos, os empreendimentos vão demandar cerca de R$ 90 bilhões. “Estamos agora concentrados na criação de soluções para evitar que haja descontinuidade das obras e atraso nos cronogramas”, afirma o presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, responsável pelo levantamento sobre a necessidade de financiamento nas áreas de energia elétrica, ferrovias, rodovias e portos.

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Godoy disse que cerca de 70% do volume de recursos deverá sair do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Mas esse dinheiro pode ser liberado no início, no meio ou no fim do projeto. Até porque, diante dessa crise, todo mundo passa a contar com o banco para tudo e não tem dinheiro para todos.” Ele explicou que, para cobrir essa lacuna, os investidores normalmente recorrem a outras fontes de recursos para iniciar obras. “Hoje, quem tem capacidade está usando o caixa próprio. Outros estão tentando, com muita dificuldade, fazer empréstimo-ponte (empréstimo emergencial de curto prazo). Há ainda aqueles que já fizeram esse tipo de empréstimo e agora precisam repactuar o contrato vencido”, comenta Godoy.

Segundo o levantamento da Abdib, dos R$ 90 bilhões, cerca de R$ 57 bilhões ainda não tiveram as obras iniciadas. O restante já está em construção, o que não significa que está livre de limitações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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