Todas as 2 mil vigas dos viadutos, pontes e passagens de nível do Trecho Sul do Rodoanel serão vistoriadas pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (Crea-SP). Uma equipe com integrantes do conselho, das empreiteiras que constroem as pistas e do Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), empresa ligada ao governo estadual responsável pelas obras, começa os trabalhos na próxima segunda-feira.
“Precisamos saber se as vigas usadas em todo o Trecho Sul estão em condições de serem utilizadas, se têm as mesmas características das outras, quais são do mesmo lote (das vigas que caíram na sexta-feira), se têm o mesmo padrão de qualidade. Nosso foco são as (vigas) pré-moldadas”, afirmou Ademir Alves do Amaral, superintendente operacional e chefe de fiscalização do Crea.
Na segunda-feira, o presidente do conselho, José Tadeu da Silva, já havia dito que a colocação de apenas quatro das cinco vigas de sustentação da estrutura da ponte é uma provável hipótese da causa do desabamento que feriu três pessoas na noite de sexta-feira.
Trabalha-se também com a hipótese de a viga acidentada ter sido danificada durante o transporte desde o canteiro central da empreiteira, que fica a cerca de dois quilômetros da ponte em construção na Rodovia Régis Bittencourt, ou mesmo que o processo de fabricação da peça pré-moldada não tenha sido adequado. “Esse tipo de estrutura exige que sejam colocadas as cinco vigas simultaneamente. Colocar quatro, sem avaliar as consequências, pode ter sido o erro ou a falha na construção da estrutura.”
Essas vigas de concreto pré-moldadas levam 28 dias para maturar. Para acelerar o processo de secagem é utilizado um produto químico que provoca endurecimento e secagem rápidos. “É normal colocar o produto para acelerar o processo. O importante é secar. Por isso, vamos analisar todas as vigas da obra para levantar dados das peças, ver se têm o mesmo padrão”, ressaltou Amaral, da fiscalização do Crea.