Cratera em obra do metrô esconde a sétima vítima

São Paulo (AE) – O contínuo Cícero Augustino da Silva, de 60 anos, pode ser a sétima vítima do acidente nas obras da linha 4 do Metrô da capital paulista, no bairro de Pinheiros, na zona oeste, ocorrido no dia 12 de janeiro. De acordo com informações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), após ouvir familiares e amigos e rastrear ligações de telefone celular, foi constatado que ele poderia estar na região do acidente.

Conforme a polícia, no dia do acidente, Cícero saiu de sua casa pela manhã, conversou com um vendedor e teria dito que iria ao bairro de Pinheiros. A mesma conversa também foi feita com conhecidos dele em um ônibus que seguia para a região. No mesmo dia, ele recebeu um cheque que até agora não foi sacado. Os familiares do contínuo estiveram na delegacia, agradeceram pelas investigações e reafirmaram a esperança de encontrar o corpo.

A área de construção da futura Estação Pinheiros do Metrô desmoronou e abriu uma cratera. Cícero é dado como desaparecido desde então. Seis corpos, nenhum deles do contínuo, foram encontrados na cratera até agora.

Inspeção

Técnicos do Ministério Público Estadual (MPE) estão acompanhando os trabalhos de perícia feitos pelo Instituto de Criminalística (IC) e pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) na cratera da Rua Capri. Além das avaliações no local do acidente, eles também participarão das inspeções que serão feitas nos demais canteiros de obra da Linha 4 do Metrô – sobretudo nos imóveis que apresentaram rachaduras durante a escavação dos túneis.

Os dados colhidos pelos técnicos do MPF serão entregues à Promotoria de Cidadania e à de Habitação e Urbanismo, que apuram as causas da tragédia. A investigação dos promotores deve durar 60 dias. Mais do que uma preocupação com a segurança na execução das obras, a inspeção determinada pelo governador José Serra (PSDB) na semana passada tem o objetivo de passar tranqüilidade às famílias que vivem nas imediações das frentes de trabalho da Linha 4.

Desde o acidente aumentou o número de pessoas que se queixam do aparecimento de trincas e rachaduras em suas casas. ?Embora seja impossível fazer previsões desse tipo, queremos afastar a possibilidade de acidentes em outros pontos da linha?, diz uma fonte do Metrô.

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