O crânio de uma baleia azul encontrado em agosto do ano passado na praia do Leste, município de Iguape, litoral sul do Estado de São Paulo, tem entre 1.800 e 1.900 anos, segundo laudo do Beta Analyc, dos Estados Unidos. O laboratório, um dos maiores do mundo em datação por meio do carbono 14, analisou duas amostras de ossos colhidos pela equipe do Laboratório de Estratigrafia e Paleontologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus do Litoral Paulista, em São Vicente. O resultado foi encaminhado no último dia 12 à Unesp.

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Também foi examinado o material sedimentar associado aos ossos, que já estavam em processo de fossilização. De acordo com o coordenador do Laboratório da Unesp, professor Franscisco Buchmann, a baleia provavelmente encalhou numa antiga praia, foi soterrada e iniciou o processo de fossilização em ambiente saturado de água doce. Sobre o local instalaram-se as ruas e foram erguidas as casas de um distrito de Iguape. Muito tempo depois, a variação da linha da costa devido à erosão costeira expôs o crânio e os ossos ao ambiente de água salgada na praia do Leste.

O afloramento foi encontrado sob os escombros de uma casa que desmoronou com o avanço do mar. A equipe de Buchmann fez a limpeza do local e usou um guincho para remover troncos que estavam sobre a ossada. Foi necessário montar uma barreira de sacos de areia ao redor do sítio para conter o avanço da maré. Além do crânio, foram encontradas vértebras e costelas. O transporte da ossada até o laboratório de São Vicente foi feito por uma equipe da Fundação Florestal, órgão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

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