Com praça reformada, bancos grafitados, novas quadras poliesportivas e academia ao ar livre, uma base comunitária da Polícia Militar será aberta oficialmente na próxima terça-feira, 3, no Largo Coração de Jesus, nos arredores da Cracolândia, centro da capital paulista. A inauguração terá um torneio de futebol entre usuários de crack que participam do programa municipal De Braços Abertos e imigrantes haitianos.
A estrutura fixa para cerca de 24 policiais e o monitoramento do entorno por 16 câmeras de segurança já estão em funcionamento, mas o local ainda não foi aberto à população. A inauguração deve ter a presença do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do prefeito Fernando Haddad (PT). O projeto, que envolveu as esferas municipal e estadual, teve parceria da seguradora Porto Seguro, cuja sede fica a um quarteirão do local. A empresa foi responsável por reformar a praça, que antigamente era um tradicional ponto de encontro no bairro. Mas isso era antes do aumento da concentração de usuários de crack nas ruas ao redor, nas últimas décadas.
“Na minha infância, a praça era muito usada e eu espero que volte a ser o lugar cativo que era”, disse a maestrina Marina Kahowec, de 23 anos, que mora no bairro Campos Elísios desde que nasceu e estudou no Liceu Coração de Jesus, na frente do Largo. Para Marina, a presença da base vai trazer uma maior sensação de segurança.
A maioria dos usuários que fazem parte do programa De Braços Abertos com os quais a reportagem conversou na manhã de ontem disse que teme a presença da base da PM. Entretanto, boa parte deles se mostrou animada com a possibilidade de ter um espaço de lazer. “Não só meus filhos, mas também as outras crianças da região vão ter um espaço para brincar. Um local limpinho e sem muita bagunça. Também vamos poder jogar vôlei”, disse Poliana Alessandra Silva, de 24 anos, que trabalha na varrição do programa municipal anticrack.
Segundo Edsom Ortega, assessor especial do governador Geraldo Alckmin, os policiais da base receberam uma formação suplementar de policiamento comunitário. “O treinamento reforça a aproximação da polícia com a população, com os PMs, conhecendo, por exemplo, o nome dos moradores e comerciantes. Isso facilita a identificação e a prisão de traficantes que atuam na região.”