O assassinato da estudante Bárbara Chamun Calazans Laino, de 18 anos, pelo amigo Bruno Melo, de 26 anos, viciado em crack, na manhã de sábado, chamou a atenção para o aumento do consumo da droga no Rio de Janeiro. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social, em 2005, 13% de crianças e adolescentes atendidos nos abrigos da capital informaram o uso de crack. Em 2008, foram 69%, segundo o secretário, Marcelo Garcia.
Os números de apreensão de crack também cresceram. Em 2008, foram 13,4 quilos, aumento de 38% em relação aos 9,7 quilos apreendidos em 2007. O crack representava 5,5% das drogas apreendidas em 2007. Em 2008, subiu para 9,2%.
Com experiência no atendimento de dependentes de alto poder aquisitivo em sua clínica particular e da população pobre na Câmara Comunitária da Barra da Tijuca (zona oeste), o psiquiatra Jorge Jaber aponta “um aumento astronômico” do uso de crack nas duas esferas. “É um fenômeno de mercado”, diz Jaber. Ele aponta que sete de cada dez pacientes que passam por atendimento para dependência de drogas em sua clínica experimentaram crack.
Os secretários municipal e estadual reconhecem que a expansão muito rápida do crack no Rio obrigou o poder público a se adaptar. No município, os primeiros centros de atendimento específico para jovens viciados serão abertos nesta semana. Vão atender 40 rapazes e 20 moças de até 18 anos. Até o fim de novembro, será aberto um centro para mulheres adultas dependentes. Nas três unidades do Estado, estão internados 191 dependentes.