O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, encaminhou ontem à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas uma nova relação com 42 nomes de parlamentares supostamente envolvidos no esquema de compra superfaturada de ambulâncias por meio de emendas ao Orçamento Geral da União.
A informação foi divulgada pelo presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ). Com a nova lista, ficam em poder da CPMI 57 nomes de parlamentares a serem investigados. Os 15 primeiros já foram notificados e a comissão aguarda as defesas dos acusados por escrito.
Biscaia informou que ontem mesmo começou a elaborar a notificação para os 42 parlamentares. A entrega desses documentos, porém, deve ocorrer a partir da próxima segunda-feira.
Após receberem as notificações os acusados terão até cinco dias para apresentar suas defesas por escrito. O presidente da CPMI não quis revelar o nome de nenhum dos parlamentares, uma vez que o processo corre em segredo de Justiça.
A CPMI também recebeu ontem o depoimento de 151 páginas do empresário Luiz Antônio Vedoin, que revela com detalhes a participação de parlamentares no esquema de compra de ambulâncias e equipamentos hospitalares superfaturados com dinheiro do Orçamento. O depoimento será a principal referência da CPMI para elaboração do relatório-final.
A comissão parlamentar recebeu, ainda, seis pastas com as cópias de toda a documentação entregue por Vedoin à Justiça Federal do Mato Grosso. Trata-se, na maior parte dos casos, de recibos de depósito em conta corrente ou documentos similares referentes ao pagamento de propina a parlamentares em troca da inscrição de emendas orçamentárias destinadas a alimentar o esquema. A documentação está organizada pelo nome do parlamentar envolvido. "A CPI já possui documentação suficiente", declarou o presidente da comissão de inquérito, deputado Antônio Biscaia (PT-RJ).