CPMI pode rever absolvição de quatorze deputados

A CPMI dos Sanguessugas poderá rever a absolvição de 14 deputados que foram inocentados no relatório parcial da comissão de inquérito, aprovado há duas semanas. A informação foi dada pelo presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), ao divulgar ontem a lista de 27 parlamentares que também serão investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República, por suspeita de envolvimento com a máfia das ambulâncias (confira lista nesta página).

Os nomes dessa relação se somam aos 57 congressistas contra os quais a Procuradoria já tinha pedido a abertura de inquérito. Com isso, chega a 84 o total de parlamentares colocados sob suspeita no STF. Entre os 27 novos nomes, há três deputados que foram inocentados no relatório parcial da CPI: Gilberto Nascimento (PMDB-SP), Feu Rosa (PP-ES) e Helenildo Ribeiro (PSDB-AL). ?Há uma divergência de entendimento entre a CPI e o Ministério Público Federal?, admitiu Biscaia.

A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) e deputado Cleuber Carneiro (PTB-MG) aparecem na lista de acusados da CPMI, mas não estão na relação de parlamentares contra os quais a Procuradoria pediu investigação. ?O procurador-geral me informou que trabalha com um universo de 100 a 110 parlamentares que poderão estar envolvidos com a máfia das ambulâncias. Desses, ele pediu abertura de inquérito de 84 parlamentares. Mas ele ainda está analisando o caso e, portanto, o número de parlamentares investigados pelo Supremo pode aumentar?, explicou Biscaia.

No caso de Serys, a tendência da Procuradoria, segundo outro integrante da CPMI é deixar que as investigações sejam conduzidas pelo Ministério Público de Mato Grosso. A apuração se concentrará sobre Paulo Roberto, genro da senadora citado pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, um dos chefes da máfia das ambulâncias, como intermediário de uma propina de R$ 35 mil supostamente destinada ao pagamento de dívidas de campanha da senadora. Como não é parlamentar, Paulo Roberto não tem direito ao chamado foro privilegiado, que garante aos congressistas o direito de serem investigados apenas com autorização e supervisão do STF.

No relatório parcial, aprovado em 10 de agosto, a CPMI absolveu 18 deputados e recomendou a abertura de processo de cassação contra 72 parlamentares: 69 deputados e 3 senadores. Dos 18 absolvidos pela comissão 14 são alvo de inquérito no STF. O presidente da CPMI informou que vai estudar os inquéritos para saber as razões que levaram o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, a pedir a abertura de investigação contra parlamentares absolvidos pela comissão.

Os 11 deputados que são alvo de inquérito no Supremo, mas foram inocentando pela CPI são Benedito de Lira (PP-AL), Dr. Heleno (PSC-RJ), Eduardo Gomes (PSDB-TO), Itamar Serpa (PSDB-RJ), Jefferson Campos (PTB-SP), Mário Negromonte (PP-BA), Nélio Dias (PP-RN), Ribamar Alves (PSB-MA), Fernando Estima (PP-SP), Teté Bezerra (PMDB-MT) e Zelinda Novaes (PFL-BA).

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