CPMI do Banestado sem relatório final

Brasília – O deputado José Mentor (PT-SP), relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Banestado, que investiga casos de evasão de divisas do País e apurou denúncias de crimes financeiros cometidos no âmbito do extinto Banco do Estado do Paraná (Banestado), ainda espera que o relatório final  seja votado antes do prazo final no próximo domingo. O relatório final pede indiciamento de 91 pessoas e foi entregue ontem ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

A última versão do relatório incorpora sugestões de parlamentares. De acordo com José Mentor, 50 sugestões foram feitas integralmente e sete delas parciamente. Mentor acrescentou que as informações referentes a 66 pessoas jurídicas e 41 físicas, entre elas três deputados e um senador, foram encaminhadas ao Ministério Público e às corregedorias das casas legislativas para maior aprofundamento.

O novo relatório, que contém as sugestões de outros integrantes da CPMI, retirou oito nomes do documento anterior e acrescentou dez. Foram acrescentados, por exemplo, os nomes de Elias Lipatin Furman e Sérgio Carnielli. Este último, ex-dirigente de futebol da Ponte Preta. O relator retirou, entre outros nomes, os dos empresários Michael Klein e Samuel Klein, proprietários das Casas Bahia. Segundo Mentor, as oito pessoas que foram retiradas apresentaram documentos suficientes esclarecendo as supostas irregularidades.

Além disso, o novo relatório traz diligências realizadas por Mentor em janeiro na Espanha. O deputado também visitou o Uruguai para ouvir na prisão o Comendador Arcanjo, apontado como chefe do crime organizado em Mato Grosso. Arcanjo, segundo Mentor, recusou-se a responder por escrito às perguntas da CPMI.

Caso o relatório não seja votado até domingo, a CPMI do Banestado pode não ter documento conclusivo. O relator José Mentor afirmou que, caso isso aconteça, entregará o resultado das investigações para o Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Polícia Federal e Receita Federal. A CPMI do Banestado iniciou os trabalhos em junho de 2003 com o objetivo de investigar a remessa ilegal de US$ 30 bilhões ao exterior entre 1996 e 2000. Contas CC-5 teriam sido usadas para as movimentações irregulares. Os trabalhos da comissão, porém, tornaram-se palco de disputa política entre PT e PSDB. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo