Brasília – Subiu para 29 – dois a mais do que o mínimo exigido – o número de senadores que assinaram o requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o desvio de dinheiro em obras públicas revelado pela ?Operação Navalha?, da Polícia Federal. O grupo suprapartidário que está recolhendo as assinaturas divulgou ontem a lista dos senadores que assinaram o pedido.
São eles: Mário Couto (PA), Cícero Lucena (PB), Tasso Jereissati (CE), Flexa Ribeiro (PA), Lúcia Vânia (GO), Eduardo Azeredo (MG), Marisa Serrano (MS), Marconi Perillo (GO), Arthur Virgílio (AM), Sérgio Guerra (PE), Wilson Matos (PR) e Papaléo Paes (AP) – todos do PSDB; Heráclito Fortes (PI), Demóstenes Torres (GO), César Borges (BA), Rosalba Ciarlini (RN), José Agripino (RN), Raimundo Colombo (SC), Antônio Carlos Magalhães (BA) e Adelmir Santana (DF) – todos do DEM; Jarbas Vasconcellos (PE), Pedro Simon (RS), Geraldo Mesquita (AC), Mão Santa (PI) e Almeida Lima (SE) – todos do PMDB; José Nery (PSOL-PA); Jefferson Peres (AM) e Osmar Dias (PR), ambos do PDT, e Delcídio Amaral (PT-MS).
Na Câmara, até o fechamento desta edição, faltavam menos de 20 nomes para completar o número mínimo de 171 assinaturas de deputados no requerimento. Os coordenadores acreditam que esse número será atingido, apesar da pressão da ala governista. Ontem, deputados que recolhem as assinaturas para a criação da CPMI travaram um bate-boca no Salão Verde da Câmara com o deputado Sílvio Costa (PMN-PE).
Aos berros, os deputados entraram em um bate-boca, assustando até os seguranças da Casa que estavam postados à entrada do plenário. O grupo pró-CPMI havia convocado a imprensa para uma entrevista coletiva com o objetivo de fazer um balanço das assinaturas. Ao ver o grupo reunido, Sílvio Costa começou a gritar, chamando a ação de ?palhaçada?. Ele acusou os integrantes do grupo de querer ?aparecer? e posar de éticos em cima dos deputados que assinaram o pedido de CPMI, inclusive ele, um dos primeiros a apoiar a proposta de criação da comissão. ?Estou comunicando ao Brasil que não participo dessa palhaçada. Vou retirar minha assinatura?, gritou Sílvio Costa. O temor na Câmara é que outros que assinaram o pedido também recuem por pressão.