Os partidos de oposição estão divididos em relação à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os gastos de ministros e assessores com os cartões de crédito corporativos. Enquanto o PSDB é favorável à instalação imediata de uma CPI, o DEM está reticente.
Com o fim do recesso, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN) pretende se reunir com os tucanos para definir a estratégia da oposição sobre as investigações do uso dos 13 mil cartões de crédito corporativo do Executivo. O PSDB começa a recolher assinaturas para criação de uma CPI conjunta da Câmara e do Senado. Para o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio Filho (AM), a CPI só não será instalada, caso o governo federal concorde em divulgar todas as despesas pagas com os cartões de crédito, inclusive as do presidente da República.
Mas sob a alegação de que as despesas presidenciais são secretas a Presidência da República exclui do Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU) as informações sobre gastos com alimentação das residências oficiais do presidente Lula bancados com cartões corporativos. Relatório divulgado no Portal apontou que o ecônomo José Henrique Souza, assessor especial do gabinete do presidente Lula, gastou R$ 114,9 mil em compras de vinhos e carnes, entre outros itens, em estabelecimentos de Brasília, ao longo do ano passado.