CPI quer Valério mais uma vez

Brasília – O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS) afirmou ontem que o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza terá de depor novamente para explicar o fato de ter sido avalista de empréstimo de R$ 3 milhões feito pelo PT junto ao Banco Rural, em maio de 2003. Na última quarta-feira, em depoimento à CPI Mista dos Correios, Marcos Valério garantiu que havia sido avalista apenas de um empréstimo feito pelo PT no BMG, de Belo Horizonte, em fevereiro de 2003.

?Ele (Marcos Valério) mentiu e isso reforça a decisão de nós o convocarmos novamente para depor?, disse Delcídio Amaral. Em sua avaliação, a situação do publicitário também deverá se complicar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Antes de depor, Marcos Valério obteve no STF um habeas corpus que impedia que fosse preso por não dizer a verdade. ?Está tudo desmoronando nessa história do Marcos Valério?, completou o presidente da CPI.

Para o relator da Comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), a denúncia da revista Época de que Marcos Valério foi avalista de um outro empréstimo para o PT é muito grave. ?Aumenta mais o descrédito do Marcos Valério. Mas como ele está protegido por um habeas corpus, ele fala o que quiser e ninguém pode prendê-lo?, observou Serraglio. Ele também defendeu que a CPI chame novamente o publicitário para depor.

Além de um novo depoimento, Delcídio e Serraglio afirmaram ainda que a CPI deverá promover uma acareação entre Marcos Valério e a ex-secretária do publicitário, Fernanda Karina Somaggio. ?Mas a acareação só deverá acontecer em agosto. A agenda da CPI é complicada e temos muita gente para ouvir?, argumentou o presidente da Comissão. Em depoimento ontem (6) à CPI, Fernanda Karina confirmou as denúncias contra o ex-patrão e revelou que Marcos Valério mandou destruir 25 pastas com documentos em que ele guardava notas fiscais e de investimentos depois de conversar com o relator da CPI do Banestado, deputado José Mentor (PT-SP).

Duas das agências de publicidade de Marcos Valério, a SMPB e a DNA, fizeram remessas suspeitas identificadas pela CPI do Banestado. 

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