CPI quebra os sigilos de Jefferson

Valter Campanato / ABr

O presidente da CPI, Delcídio do Amaral conversa com senadores durante
a sessão polêmica de ontem.

Brasília – A quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) foi aprovada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga denúncias de corrupção nos Correios. O nome do deputado e de seu partido, o PTB, foram citados em gravação em que o ex-chefe de departamento de Contratação de Material dos Correios, Maurício Marinho, aparece falando sobre um suposto esquema de corrupção. O parlamentar, em depoimento a CPI, negou as acusações.

Além disso, a CPMI aprovou a quebra de sigilo de dez empresas ligadas ao publicitário Marcos Valério apontado por Jefferson como operador do suposto pagamento de mesadas a parlamentares. A comissão já havia aprovado a quebra de sigilo pessoal do publicitário e de outras cinco empresas ligadas a ele (SMP&B Comunicação, DNA Propaganda, Grafite, Estratégia Marketing e Multiaction). As novas empresas que terão o sigilo quebrado são: Praesepiu Centro de Preparação Eqüestre Ltda., 2 S Participações Ltda, JN Participações Ldta, MG 5 Participações Ltda, S.F. Assessoria Empresarial Ltda, Tolentino & Melo Assessoria Empresarial S/C, Novo Mundo Participações Ltda, Star Alliance Participações Ltda, Feeling Propaganda Ltda, Pouso Alegre Editorações Ltda.

Foi aprovada ainda, em bloco, uma série de requerimentos, entre eles como a requisição ao Departamento de Aviação Civil (DAC) das informações relativas aos aviões fretados por Valério nos últimos cinco anos. Os parlamentares pediram ainda cópias de depoimentos, fitas do sistema de segurança do Brasília Shopping, onde se localiza a agência do Banco Rural e informações de quem fizeram saques acima de R$ 30 mil.

Polêmica

A votação foi polêmica e alguns parlamentares da oposição defenderam também a quebra de sigilo do ex-ministro da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP) e de ex-dirigentes do PT. Os integrantes da CPI também aprovaram os requerimentos de convocação de Dirceu; do presidente do PT, José Genoino; do tesoureiro licenciado do partido, Delúbio Soares; e do secretário-geral licenciado do PT, Silvio Pereira. Pressionados pela oposição, o presidente nacional do PT, José Genoino, o deputado José Dirceu (PT-SP) e os secretários-geral licenciado, Sílvio Pereira, e licenciado de Finanças e Planejamento do partido, Delúbio Soares autorizaram a CPI a investigar as contas bancárias, fiscal e telefônica deles.

Em faxes dirigidos à comissão, os dirigentes da legenda abriram mão do sigilo, atendendo a um apelo do senador Sibá Machado (PT-AC). Machado ligou para cada um deles, ao fim de uma sessão tumultuada, sugerindo que se adiantassem à CPI. ?Como a temperatura subia a cada minuto, eu disse: mostrem que vocês não têm medo de nada e autorizem a quebra do sigilo?, afirmou. ?Eles foram tomados de surpresa; não sabiam que a comissão discutia isso, mas toparam na hora.? 

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