Brasília – A CPI dos Bingos se reúne na próxima terça-feira para votar requerimentos convocando o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz e o empresário do setor de jogos Carlos Cachoeira para prestarem depoimento. O presidente da CPI, Efraim Morais (PFL-PB), disse que já foram requisitados documentos da Polícia Federal, do Ministério Público e o relatório da CPI da Loterj, aberta pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), para subsidiar os trabalhos de investigação sobre o suposto envolvimento de Waldomiro, que assessorou o ex-ministro e deputado José Dirceu (PT-SP) na Casa Civil, em esquemas ilegais com casas de jogos.
Efraim afirmou ontem que a CPI poderá trabalhar normalmente em julho, enquanto não for votada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). É que pela Constituição deputados e senadores só estão liberados para entrar em férias depois de a LDO ser aprovada. Se houver recesso parlamentar, no entanto, a CPI dos Bingos só retomará seus trabalhos em agosto.
A CPI poderá investigar o elo entre as supostas práticas ilegais de Waldomiro Diniz com as denúncias sobre corrupção na Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), foco da CPI dos Correios. ?Podemos levantar algum elo entre as duas CPIs. Afinal, nessas duas CPIs as mesmas pessoas aparecem nas denúncias que sustentaram a abertura das duas comissões de inquérito no Congresso?, disse Morais.
O relator da comissão, o senador Garibaldi Alves (RN), avalia que também pode haver relação entre a CPI dos Bingos e a dos Correios. Ele informou que também foi requisitado à Câmara o processo de cassação do mandato do deputado André Luiz. O deputado perdeu o mandato por quebra de decoro parlamentar porque aparece numa gravação pedindo propina a um representante de Cachoeira.
No relatório da CPI da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro), os deputados estaduais recomendaram o indiciamento do ex-assessor de José Dirceu por corrupção passiva, prevaricação, improbidade administrativa e crime contra a ordem tributária. A CPI também sugeriu o indiciamento de Cachoeira por corrupção ativa e extorsão. A comissão investigou a existência de fraudes em licitação no período em que Waldomiro foi presidente da Loterj.