Brasília – Em entrevista pouco antes do início da reunião de ontem na CPI dos Correios, o relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou que a CPI deve investigar outras empresas do governo, como o Banco do Brasil. O deputado disse que os contratos da empresa DNA, do publicitário Marcos Valério com o Banco do Brasil se assemelham aos encontrados entre os Correios e a SMP&B, também do empresário. Valério é acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser o operador do chamado mensalão. "A fumaça é a mesma", disse Serraglio.

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Durante o depoimento do ex-presidente dos Correios, Serraglio questionou a licitação da empresa que teve como vencedora a empresa Skymaster Linhas Aéreas. Em resposta, o ex-presidente João Henrique de Almeida Souza, que dirigiu os Correios entre março de 2004 e junho de 2005, disse que a licitação foi analisada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) depois de ter sido contestada por uma das empresas que perderam a concorrência. Ele acrescentou que o contrato com a Skymaster só foi assinado depois da liberação pelo TCU. Por esse motivo, explicou, os contratos anteriores com a Skymaster foram aditados, "uma vez que os Correios não poderiam ficar sem a utilização de 25 aviões por dia, contratados da empresa."

Outro ex-presidente dos Correios Airton Dipp, surpreendeu o deputado Carlos Abicalil (PT-MT) durante seu depoimento ao afirmar que se reuniu com o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira durante sua gestão. Dipp disse que recebeu Pereira por duas vezes quando era presidente dos Correios e que o dirigente do partido apresentou demandas políticas em diversos municípios do país e "questões menores" dos Correios. Abicalil não pediu ao depoente para detalhar quais seriam essas demandas. Dipp avaliou, no entanto, que não havia nada de anormal em receber um representante de partido para discutir pedidos de natureza política.

Um grupo de servidores da Previdência que está em campanha salarial invadiu a sala onde a CPI dos Correios tomava o depoimento do ex-diretor dos Correios Airton Dipp, entrando em confronto com os seguranças do Congresso. Diante do tumulto, o vice-presidente da CPI e que comandava os trabalhos, senador Maguito Vilela (PMDB-GO), suspendeu a sessão por alguns minutos.

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O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) negociou com os servidores e a Mesa da CPI permitiu que os manifestantes fiquem na sala por enquanto. Os servidores exibem cartazes em protesto contra o governo Lula e o suposto mensalão. Um dos manifestantes de nome Júlio Cesar, servidor do Ministério da Saúde, disse que os servidores exigem o fim da bandalheira e o atendimento de suas reivindicações.

"Estamos aqui acompanhando a CPI. O povo quer resposta para essa bandalheira", afirmou. 

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