CPI dos Correios vai pedir a prisão de Marcos Valério

Aliocha Maurício / GPP

Fruet: Marcos Valério é "uma bomba viva".

Brasília – O deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR), que assumirá uma das sub-relatorias da CPI dos Correios na próxima semana, disse ontem que vai pedir a prisão preventiva do empresário Marcos Valério Fernandes. Segundo ele, o empresário está prejudicando a investigação e destruindo provas. "Vamos pedir a prisão dele para impedir que documentos continuem sendo queimados como os que foram encontrados incinerados em Belo Horizonte", afirmou.

O deputado disse que vai pedir também proteção policial para a família de Valério. "Ele é fundamental para as investigações. É uma bomba viva. A Polícia Federal tem que garantir a segurança dele e de sua família", afirmou. O Ministério Público Federal confirmou que Marcos Valério esteve com o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. A conversa foi sobre o envolvimento dele e das empresas nas denúncias de pagamento de propina a parlamentares. Ainda segundo o Ministério Público, os detalhes da conversa são sigilosos. Mas já se sabe que Marcos Valério pediu benefícios como réu, caso venha a ser condenado, em troca de colaboração nas investigações. Ele também pediu proteção policial.

Ontem, a polícia e o Ministério Público de Minas Gerais encontraram mais notas fiscais, incineradas, da empresa DNA, do publicitário Marcos Valério Fernandes, em um lote abandonado na zona industrial de Contagem, em Belo Horizonte. Os papéis estavam perto da casa do ex-carcereiro Marco Tulio Prata, que foi preso quinta-feira com armamento pesado e parte de documentos da DNA.

Outra quantidade de notas fiscais da DNA Propaganda apreendida na quinta-feira na casa do ex-carcereiro Marco Tulio Prata foi emitida em nome de órgãos públicos, como o Banco do Brasil, Eletronorte e Ministério do Trabalho, que são clientes da agência, em valores que chegam a R$ 1 milhão, em alguns casos.

O colunista Jorge Bastos Moreno de O Globo revelou que Valério entregou ao Ministério Público documentos que provam que ele depositou dinheiro nas contas de políticos do PT, PSDB, PTB, PP, PMDB e PL. "Parece que só sobrou o Partido Verde, mas ainda a conferir", disse Moreno. 

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